
Olá, cúmplices da escrita!
Na sequência de algumas conversas – deveras interessantes –, com alguns seguidores do blogue Palavra Encantada, decidi criar um post totalmente dedicado a... >>> Heróis & Heroínas!!
Este, é um tema que eu adoro. A construção de personagens é algo que me deixa sempre entusiasmada! :)
No entanto, é importante referir que, falarei deste tema, mantendo a minha perspetiva focada no género literário Romance.
(Se perdeste o post, onde foram discutidas as diferenças entre géneros literários, podes rever aqui: Palavra Encantada: Sabes mesmo o que escreves?)
Quando oiço “heróis e heroínas”, o meu primeiro instinto é pensar em poderes mágicos. Sim, eu sei, dá logo para perceber que eu amo escrever romances paranormais! Mas, existe muito mais para falar sobre este tema, até porque, ao contrário dos meus livros, nem todos os romances incluem poderes especiais.
Para começar, é preciso compreender que existe uma diferença entre arquétipo e estereótipo:
- Arquétipos: Não são estereótipos. Representam, fundamentalmente, diferentes tipos de pessoas e personagens, sem julgamentos.
- Estereótipo: Advém da perspetiva de uma só pessoa e, habitualmente, representa um preconceito individual.
Hoje vamos falar de arquétipos, e como mandam as regras da cortesia, senhoras primeiro.
Heroínas
- Anacronismo Audaz
Uma heroína repleta de ideias sociais modernas, num contexto histórico. (Aquela que deseja ter um negócio próprio, ou votar, séculos antes das mulheres conquistarem esse direito.) Na literatura, esta heroína tem vinda a surgir cada vez menos, provavelmente pela exigência realista dos dias correntes.
- Aduladora
A heroína que carece de iniciativa e vigor. Frequentemente, encontra-se numa jornada para adquirir, precisamente, mais dessas características.
- Simples e Resistente
A heroína que é, simplesmente, uma boa pessoa. Tende a ser carinhosa, preocupada, competente, com os pés bem assentes na terra.
- Anti heroína
Aquela heroína que jura jamais se apaixonar. Na sua ideia, resiste ao amor, custe o que custar!
- Ingénua
A heroína que inicia a história de uma forma naive, mas vai amadurecendo com o decorrer do seu percurso.
- Heroína Alfa
Esta heroína é uma das minhas preferidas. É poderosa, intensa e competente. Está sempre pronta para ação.
- Magoada
A heroína com um passado horroroso, repleta de cicatrizes emocionais. É, normalmente, levada novamente a um estado integral com a ajuda do herói.
- Esperteza Cínica
A vida é dura e a heroína sabe-o. Utiliza a inteligência e o humor para compensar a sua falta de vontade face ao compromisso. Esta heroína encontra-se, frequentemente, em obras literárias e cinematográficas modernas de comédias românticas.
Heróis
Três mais comuns ( e um para evitar):
>> Herói Alfa
>> Herói Beta
>> O Rebelde
>> (De evitar) Herói Alfa Truculento
- Herói Alfa e Herói Alfa Truculento
O herói alfa é confiante, feroz, e dominante, extremamente comum na literatura. Mas, se o herói tende a ir longe demais no uso e abuso destas características, tornando-se numa personagem menos apreciada, passa a ser um herói alfa truculento, cuja principal característica recai numa personalidade bárbara e cruel, aquando o seu uso de poder.
- Herói Beta
É o porreiro, o amigo. A sua arma principal advém do seu lado mais carinhoso.
- A mistura de Herói Alfa com Herói Beta
Esta mistura é extremamente comum. Basta olhar para todos os super-heróis com uma identidade secreta para compreender melhor. A personalidade é dominante como um Alfa mas, em determinadas circunstâncias, especialmente românticas, surge toda uma versão carinhosa, como um Beta.
- O Rebelde
Trata-se do herói demasiado cínico para ser um Beta, e demasiado contento num plano secundário para ser um Alfa. Por norma, é alguém vindo de fora, danificado, repleto de uma necessidade iminente, ou persistente, de redenção.
É extremamente importante manter a noção de que tanto herói, como heroína, têm de ser apreciados pelo público. Passa assim a existir a necessidade de criar uma empatia entre o leitor e a personagem. Neste sentido, sugiro algumas ferramentas:
- Perigo: Colocar a personagem em perigo, conquista a empatia do leitor, ao querer que a mesma seja salva, ou que saia rapidamente de uma situação má.
- Sacrifício: Quando a personagem é obrigada a sacrificar algo, também conquista empatia, o ser uma característica relacionável, por parte do leitor.
- Virtude: Uma característica intemporal, eternamente apreciada pelos leitores.
- Generosidade: Cria empatia simplesmente por gostarmos de ver esta característica nos outros.
- Esperteza: Quem não gosta de uma personagem inteligente e esperta?
- Aparência: Proporcionar uma imagem desejável ao leitor, conquista sempre a desejada empatia, especialmente ao escrever um romance.
Relembro que reuni os arquétipos mais comuns na escrita de um romance. Com a mudança do género literário, ocorrem mudanças nas características.
O importante, é construíres a personagem que melhor resulta para a TUA história.
Sintam-se livres para explorar, misturar e caracterizar de forma criativa!
Espero que este post vos tenha ajudado e inspirado.
Falamos em breve!
Xo,
Susana